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Publicitário transforma paixão do esporte em negócio

João Gallucci Rodrigues abriu a Neo Brands para ligar times a anunciantes; o empreendedor atua no ramo há 8 anos
Reprodução Instagram

“Nós transformamos a paixão em negócio”. A frase é do fundador da agência de marketing Neo Brands, João Gallucci Rodrigues, 25 anos. A “paixão” a qual se refere é o esporte. 

O objetivo da empresa é mudar as perspectivas e fazer com que os times e esportistas entendam a importância da publicidade, sempre dando valor a quem será o “garoto propaganda” da vez. A marca está no mercado desde 2021. 

Rodrigues contou sua trajetória no PodSonhar, podcast dedicado ao empreendedorismo jovem brasileiro. O programa é apresentado por Miguel Carvalho. 

Assista (50min42);

Segundo o empresário, Neo Brands conta com 87 clientes, 150 projetos concluídos e mais de R$ 10 milhões gerenciados em anúncios, on-line ou offline. 

Eis serviços ofertados pela empresa:

  • patrocínios de times e torneios, nacionais e internacionais;
  • publicidade estática e eletrônica;
  • mídias tradicionais e alternativas;
  • ativações e eventos;
  • ações promocionais;
  • área de hospitalidade nas principais arenas do Brasil;
  • estratégias envolvendo embaixadores de marca. 

Na entrevista, Rodrigues contou que sempre demonstrou interesse no ramo. Sua carreira no mundo do marketing iniciou no clube São Paulo. Entretanto, havia apenas 6 profissionais do setor para atender as demandas publicitárias de uma das maiores torcidas do país.

O publicitário conta que muitas vezes o São Paulo fechava contratos com anunciantes às pressas para conseguir dinheiro a curto prazo. Um exemplo: a parceria entre o banco Inter e o time. O acordo durou cerca de 3 anos. O banco cresceu muito no período. Saiu de 100 mil correntistas para um número próximo de 7 milhões, segundo o publicitário. Nem todos eram são-paulinos. Mas houve uma influência da publicidade no aumento do número de clientes, segundo ele.

Na entrevista, João Rodrigues relatou um erro que cometeu com a Neo Brands: não ter investido tanto na divulgação da própria marca no início do projeto. “Ajudei muita gente a se promover. Mas, da agência, a gente não fazia muita promoção e eu comecei a fazer só agora”, declarou. 

Atualmente, a companhia investe em tráfego pago –estratégia de marketing que visa a atrair visitantes a uma plataforma– e anúncios virtuais para se colocar à vista dos espectadores. 

“É muito importante você estar sempre no mercado, buscando coisas se colocando lá fora mostrando o que você já fez”, avaliou Rodrigues. 

Para o futuro, a Neo Brands ainda tem planos de assessorar jovens atletas que, por fatores como renda e falta de instrução, não tiveram a oportunidade de crescer no esporte. Muitos não têm uma figura que as insira no mercado, apesar de serem dotadas com talento. 

Entre as dificuldades do setor, Rodrigues fala em preconceitos e preocupações das marcas na hora de fechar os contratos com times. Muitas temem perder público dos clubes rivais ao patrocinado. “Acaba sendo uma coisa que eles usam para não querer investir”, disse Rodrigues.

Segundo o executivo, as despesas com marketing funcionam a longo prazo. Devem ser vistas além de comentários negativos de torcedores em redes sociais.

Um dos nomes que participaram de campanhas da Neo Brands foi o ex-jogador de futebol Adriano Leite Ribeiro, o Adriano Imperador. Ele passou por grandes times, como Corinthians, Flamengo, São Paulo e Inter de Milão.

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APOSTAS ESPORTIVAS

Como alguém que está no mercado, João Rodrigues tem muito entendimento sobre o funcionamento do mercado de apostas esportivas. O tema esteve em pauta na cúpula econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encabeçada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). O governo quer estipular a seguinte regra: quem quiser fazer propagandas em território nacional precisará pagar R$ 30 milhões de licença. Também propõe 15% de taxação para as empresas.

Rodrigues se posiciona contrário à ideia de Lula. Segundo ele, os valores da taxa são altos. Criaram um dilema para as casas: ou elas pagam a taxa e apertam os orçamentos com publicidade, ou não pagam e ficam sem anunciar. 

O corte de incentivo ainda pode prejudicar os próprios times. Muitos são patrocinados por esse tipo de companhia. 

“A longo prazo, o Brasil poderia ganhar mais com uma licença mais barata agora e um imposto sobre o lucro maior”, disse Rodrigues. 

Sua preocupação é que a situação se assemelhe ao que se deu com os bancos digitais, que ao serem taxados para operar no país diminuíram os gastos com divulgação.

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