A Fifa enfrenta uma pressão crescente de jogadores e ligas de futebol devido ao calendário de jogos cada vez mais congestionado, que tem impactado a saúde física e mental dos atletas. A FifPro, sindicato global dos jogadores, alertou sobre a possibilidade de greve se medidas não forem tomadas para aliviar a carga de trabalho dos jogadores. David Terrier, presidente da FifPro na Europa, destacou a urgência da situação, apontando para o cansaço mental e físico crescente entre os jogadores. Uma pesquisa realizada pela FifPro revelou que mais de 50% dos jogadores afirmaram ter sido forçados a jogar lesionados, enquanto 82% dos treinadores admitiram escalar atletas que precisavam de descanso.
A Fifa, contatada para comentar sobre o assunto, não apresentou um posicionamento oficial. Gianni Infantino, presidente da Fifa, havia mencionado anteriormente que a entidade organiza apenas cerca de 1% dos jogos dos principais clubes do mundo, sugerindo que a responsabilidade sobre o calendário de jogos recai majoritariamente sobre ligas e associações locais.
A situação ganha contornos ainda mais críticos com as declarações de Richard Masters, CEO da Premier League, e Javier Tebas, presidente da LaLiga. Eles expressaram frustração com a falta de ação da Fifa, indicando um limite para a tolerância das ligas em relação ao aumento do número de jogos. Tebas mencionou a possibilidade de ações legais contra a Fifa, acusando-a de ignorar apelos por mudanças e colocar em risco a indústria do futebol.
A FifPro também chamou atenção para o impacto específico sobre jogadores jovens, como Jude Bellingham, cuja carga de jogo foi comparada com a de ícones do futebol como David Beckham e Wayne Rooney em suas respectivas idades. Darren Burgess, presidente da rede de consultoria de alto desempenho da FifPro, ressaltou a necessidade de períodos de descanso obrigatórios fora da temporada para jogadores, especialmente os mais jovens.
A saúde mental dos jogadores foi outro ponto de preocupação levantado, com Burgess alertando para o risco crescente se o atual caminho for mantido. A FifPro sugere que a solução passa por ouvir os jogadores e adaptar o calendário de jogos para garantir períodos adequados de descanso e recuperação.