À medida que se aproximam os principais jogos da temporada, os clubes do futebol brasileiro tem repetido uma antiga estratégia a fim de maximizar as receitas: a concretização de patrocínios pontuais para as partidas de maior exposição na mídia. O exemplo mais recente é o do Fortaleza, que fechou acordo para a Casa do Celular estampar o uniforme Tricolor nas finais da Copa do Nordeste, encerrada no último domingo (9), com título Tricolor diante do CRB.
“Estas parcerias são de grande valor e proporcionam um acréscimo nas receitas, de modo a facilitar o planejamento financeiro do clube. Os acordos permanentes garantem condições mais seguras ao clube, mas as parcerias esporádicas também proporcionam uma renda importante para a instituição”, destaca Marcelo Paz, CEO do Fortaleza EC SAF.
Em outros momentos ao longo de 2024, outros clubes do Brasil e até do exterior também têm aproveitado jogos de maior atratividade para concretizar novos acordos pontuais. Para a final do Campeonato Paulista, por exemplo, o Santos fechou com as marcas West Lake Pneus e Plano Santa Saúde, que estamparam o uniforme alvinegro na partida decisiva contra o Palmeiras, no Allianz Parque.
Já o Cruzeiro aproveitou a final do Campeonato Mineiro, contra o Atlético, para estampar no uniforme da equipe profissional a marca Cedro Mineração. A exposição pontual se deu após contrato firmado com a mesma empresa, mas para as categorias de base, com valores em torno dos R$ 10 milhões.
“O poder de divulgação do futebol é imensurável. Do ponto de vista do marketing, a ideia é muito promissora, e apresenta capacidade de gerar grande visibilidade nos principais jogos das equipes durante o ano”, pontua Fábio Wolff, sócio-fundador da Wolff Sports, empresa que tem como uma das sua especialidades corretagem de patrocínios pontuais.
A estratégia também foi repetida por empresas junto a equipes do exterior. A BETesporte, do ramo de betting, por exemplo, marcou presença nos uniformes do Palestino-CHI e do Argentinos Juniors em duelos dos times contra Flamengo e Corinthians, respectivamente.
“Desejamos fortalecer nossa cultura de valorização dos jogos esportivos, quer seja em ações integrais e também nas pontuais. Sabemos que estas partidas possuem uma grande relevância midiática e vemos o privilégio de estar com a presença marcada entre times e torcedores”, explica Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte, companhia que é patrocinadora máster de clubes como Goiás e Vila Nova.
Fernando Lamounier, diretor de marketing da Multimarcas Consórcios, empresa que patrocina o Atlético-MG, também analisa as oportunidades dentro dos acordos pontuais firmados entre clubes e patrocinadores:
“Historicamente, buscamos parcerias duradouras com os nossos parceiros, mas entendemos que patrocínios pontuais podem ser interessantes para ampliar o alcance da marca e assim avaliar a sinergia com o clube e a torcida antes de iniciar um projeto mais robusto. Essas ativações também são de grande valor quando uma empresa busca ingressar em um novo mercado. Utilizada com cautela, pode ser um plano rentável junto aos clubes, mas que não constitui a principal forma de massificação de uma marca no futebol”.
“Novas fontes de receitas são cada vez mais importantes para os times. O uniforme possui grande força de prospecção e deve ser aproveitado. A exposição da logomarca na camisa apresenta grande valor, mas as instituições também necessitam trabalhar em ativações para concretizar estas parcerias e entregar um bom produto final ao patrocinador”, complementa Renê Salviano, fundador da agência HeatMap.
Em outras categorias, os acordos pontuais também seguem em alta. Na final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, por exemplo, o Cruzeiro teve a marca Lavitan, linha de vitaminas da Cimed, como uma das patrocinadoras na decisão contra o Corinthians, na Neo Química Arena.